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O boom da canábis medicinal em Portugal: O aumento da procura ultrapassa a oferta

by CX
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Portugal está a enfrentar um surto de canábis medicinal – mas conseguirá o país acompanhar as necessidades crescentes dos seus pacientes?

Desde a legalização da canábis medicinal em 2018, Portugal tem assistido a um aumento dramático de doentes que procuram tratamentos à base de canábis. As pessoas que sofrem de dores crónicas, os doentes com cancro e as pessoas com doenças neurológicas estão a recorrer à canábis medicinal para obter alívio. Mas com a procura a disparar, o país debate-se com escassez de oferta, custos elevados e obstáculos regulamentares.


Porque é que cada vez mais doentes portugueses estão a recorrer à canábis medicinal?

Para muitas pessoas que sofrem de doenças crónicas, os medicamentos tradicionais não são suficientes. Os analgésicos têm muitas vezes efeitos secundários indesejáveis e algumas doenças, como a epilepsia ou a esclerose múltipla, são notoriamente difíceis de gerir. A canábis medicinal oferece uma alternativa natural, elogiada pela sua capacidade de aliviar os sintomas sem os riscos de dependência associados aos opiáceos.

Desde 2018, os médicos portugueses estão autorizados a prescrever canábis para doenças específicas como a dor crónica, sintomas relacionados com o cancro e epilepsia grave. A sensibilização do público para estes benefícios está a aumentar, tal como a procura.

Mas há um senão: nem todos os que querem cannabis medicinal podem obtê-la facilmente.

Plantas de cannabis a crescer numa estufa em Portugal


Escassez de oferta e burocracia

Embora a lei permita a canábis medicinal, o acesso à mesma nem sempre é fácil. Atualmente, Portugal conta com um pequeno número de produtores licenciados, o que dificulta o acompanhamento da procura crescente. Os doentes enfrentam frequentemente longas esperas ou descobrem que os produtos de que necessitam simplesmente não estão disponíveis.

Para além disso, os regulamentos rigorosos significam que os novos produtores e produtos têm de navegar por um labirinto de aprovações. Estas regras destinam-se a garantir a segurança, mas também atrasam o abastecimento. Como resultado, muitos doentes ficam frustrados, incapazes de obter o alívio de que necessitam.


O problema do preço

Mesmo quando a canábis medicinal está disponível, pode ser cara. Sem subsídios do governo ou cobertura generalizada dos seguros, os doentes têm de pagar do seu bolso. Para as pessoas com doenças crónicas que requerem tratamento a longo prazo, estes custos podem aumentar rapidamente.

“Sei que a canábis me podia ajudar, mas não tenho dinheiro para a comprar”, diz Joana, uma lisboeta de 45 anos que sofre de dores crónicas. A tua história não é única.


Uma oportunidade de crescimento

Apesar destes desafios, a indústria da canábis medicinal em Portugal tem potencial para prosperar. O clima e a experiência agrícola do país fazem dele um local ideal para o cultivo de canábis. Ao licenciar mais produtores e simplificar a regulamentação, Portugal poderia não só satisfazer a procura interna, mas também tornar-se um ator importante no mercado mundial de canábis.

O aumento da produção nacional reduziria a dependência das importações e baixaria os preços para os doentes. Mais importante ainda, pode significar um acesso mais rápido aos tratamentos de que as pessoas necessitam desesperadamente.

Produtos de canábis medicinal em exposição numa farmácia portuguesa


Os médicos também precisam de apoio

Outro desafio? Nem todos os médicos se sentem à vontade para prescrever canábis medicinal. Muitos não têm a formação necessária para o recomendar com confiança ou não compreendem bem como funciona. O investimento na formação dos profissionais de saúde é fundamental. Quanto mais os médicos souberem, mais pacientes poderão beneficiar deste tratamento emergente.


O que se segue para a canábis medicinal em Portugal?

O futuro da canábis medicinal em Portugal parece promissor – se o país conseguir resolver os problemas de abastecimento e de preços. Com o apoio do público a crescer e com mais doentes a falarem das suas necessidades, a pressão está a aumentar para que os reguladores e os produtores tomem medidas.

Para já, os doentes estão esperançados. A canábis medicinal já mudou muitas vidas em Portugal. Com as mudanças certas, pode mudar ainda mais.

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