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Cannabis inalado reduz dor da neuropatia diabética em estudo de 5 anos

by CX
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Uma alternativa eficaz e duradoura aos remédios convencionais para dor crônica

neuropatia diabética dolorosa (ND) é uma das complicações mais comuns do diabetes tipo 2, afetando os nervos periféricos e causando dores intensas e persistentes. Para muitos pacientes, medicamentos como gabapentina, opioides ou antidepressivos não são suficientes. Agora, um novo estudo observacional conduzido em Israel ao longo de cinco anos mostra que o uso de cannabis inalado pode oferecer alívio significativo e seguro para quem sofre dessa condição crônica.

Estudo clínico com acompanhamento de longo prazo

O estudo acompanhou 52 pacientes entre 2018 e 2025, todos com ND refratária e sem resposta satisfatória a pelo menos três tratamentos anteriores. Após um mês de pausa nos medicamentos, os participantes começaram o uso de cannabis medicinal inalado com 20% de THC e menos de 1% de CBD, via vaporizador ou fumo controlado.

As avaliações clínicas ocorreram anualmente, monitorando dor, níveis de açúcar no sangue (HbA1c), uso de medicamentos e possíveis efeitos adversos. Dos 52 participantes, 50 completaram o estudo.

Resultados: menos dor, menos remédios, mais qualidade de vida

Os resultados mostraram melhoras marcantes:

  • Nível de dor caiu de 9,0 para 2,0 (escala de 0 a 10).
  • Interferência da dor na vida diária foi reduzida de 7,5 para 2,2.
  • índice LANSS, que mede sintomas neuropáticos, melhorou significativamente.
  • HbA1c, que reflete o controle glicêmico, reduziu de 9,77% para 7,79%.

Além disso, houve uma redução expressiva no uso de medicamentos analgésicos:

  • O uso de opioides caiu de 66,8 mg para 4,5 mg (em equivalentes de morfina).
  • Gabapentina, duloxetina e pregabalina foram praticamente eliminadas da rotina de muitos pacientes.

Perfil de segurança: poucos efeitos colaterais

Durante os cinco anos do estudo, nenhum evento adverso grave foi registrado. Cerca de 15% dos participantes relataram efeitos leves como boca seca ou euforia no início do tratamento — todos transitórios e controláveis. O tratamento mostrou-se seguro mesmo entre pacientes com comorbidades, como doenças cardíacas.

Como o cannabis atua no corpo

O efeito terapêutico do cannabis está relacionado ao sistema endocanabinoide, que regula a dor e a inflamação no organismo. O THC ativa os receptores CB1 e CB2, localizados no sistema nervoso e nos tecidos periféricos, reduzindo a percepção da dor e protegendo os nervos contra os danos causados pela hiperglicemia.

Vantagens da via inalada

O uso inalado garante efeito rápido (em minutos) e permite ajustes de dose conforme a resposta individual do paciente. Ao longo do tempo, os pacientes chegaram a uma média de uso mensal de 43 gramas — sem sinais de dependência ou tolerância prejudicial.

Próximos passos: personalização com tecnologia

Embora observacional, o estudo oferece base sólida para ensaios clínicos controlados com placebo. Os autores sugerem o uso de biomarcadores de saliva ou pupilometria, para medir objetivamente a dor e ajustar doses com mais precisão. Essas tecnologias podem revolucionar o tratamento da neuropatia diabética com cannabis.

Saiba mais sobre o uso terapêutico do cannabis

Quer entender como o THC atua no cérebro e no controle da dor em casos de fibromialgia? Leia nosso artigo completo aqui.

Você também pode conhecer os benefícios comprovados do CBD para pele, como no tratamento da acne e da psoríase, em nosso guia científico.

Além disso, estudos apontam que cannabis e CBD podem aliviar sintomas de doenças inflamatórias intestinais (DII). Veja mais detalhes nesta matéria.


FAQ – Termos explicados

O que é THC?
THC (tetra-hidrocanabinol) é o principal composto psicoativo da cannabis. Em doses terapêuticas, ele reduz a dor, relaxa os músculos e modula a resposta inflamatória.

O que é HbA1c?
É um exame que indica a média da glicemia dos últimos 2 a 3 meses. É usado para avaliar o controle do diabetes.

O que é o índice LANSS?
É uma escala clínica usada para identificar dores neuropáticas, baseada em sintomas como formigamento, queimação ou sensibilidade exagerada ao toque.

O que significa “equivalente de morfina” (MEQ)?
É uma forma padronizada de calcular e comparar a potência de diferentes opioides em relação à morfina.

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